É notícia!


Aquecimento global é causa de invernos mais severos

Cientistas que observam o quarto ano consecutivo em que o clima de fim de inverno em zonas da Europa e dos Estados Unidos é extremamente severo sugeriram hoje que o aquecimento global é a fonte do problema.

"O aquecimento está a causar uma massa de ar polar entre o oceano e a atmosfera que será deslocada para sul", disse à agência de notícias francesa AFP Dim Coumou do Instituto de Potsdam para Pesquisa do Impacto Climático, na Alemanha.

O aumento das temperaturas está a causar o degelo da calota polar do Oceano Ártico, principalmente durante o verão. Em 1979, quando começaram as medições por satélite, o gelo durante o verão cobria cerca de sete milhões de quilómetros quadrados, mas em setembro de 2012 atingiu a sua extensão mais baixa alguma vez registada com apenas 3,4 milhões de quilómetros quadrados.

Sem gelo que reflita a luz, o mar absorve a radiação solar, que por sua vez causa o degelo. O calor adicional, armazenado em uma vasta área de água à superfície, é gradualmente libertado para a atmosfera, aumentando a pressão do ar e da humidade no Ártico e reduzindo a temperatura em latitudes mais baixas.

O vórtice polar, um ciclone persistente em grande escala que varre o ar ártico, começa a enfraquecer e uma massa de ar frio húmido propaga-se para sul, trazendo neve e frio para a Europa e Estados Unidos, mantendo-se nestas zonas devido à corrente de jato, uma corrente de ar veloz que ocorre na alta troposfera.

Em vez de rodear o hemisfério norte de uma forma resistente e previsível, este vento de grande altitude percorre um trajeto na Europa, no Oceano Atlântico e nos Estados Unidos. As zonas mais a sul que fazem parte deste caminho sofrem um clima frio que por lá fica.

29 de março de 2013
Diário de Notícias


ASTRÓNOMOS DESCOBREM NOVO TIPO DE SUPERNOVA



Astrónomos descobriram um novo tipo de supernova, uma explosão estelar tão fraca que os cientistas a apelidaram de explosão estelar em miniatura.
As supernovas representam a morte de estrelas, que colapsam em poderosas explosões. São geralmente classificadas em dois tipos principais; a nova classe, denominada Tipo Iax, "é essencialmente uma mini-supernova," afirma Ryan Foley, investigador principal da equipa que fez a descoberta e astrónomo do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica. "É o elemento mais fraco do grupo das supernovas."
As supernovas são as mais poderosas explosões estelares conhecidas pela Ciência, visíveis por todo o Universo. O primeiro dos dois tipos, as supernovas Tipo Ia, ocorrem após a morte de uma estrela anã branca devido ao desvio de demasiada massa de uma estrela companheira. Em contraste, as supernovas Tipo II ocorrem após o núcleo de uma estrela com 10 a 100 vezes a massa do Sol ficar sem combustível e colapsar num aglomerado extremamente denso em apenas uma fracção de segundo, expelindo radiação para fora.
Em 2002, os investigadores começaram a notar que muitas das supernovas pareciam ser semelhantes com as normais supernovas do Tipo Ia, mas que eram nitidamente mais fracas. Algumas brilhavam com apenas 1% do pico de luminosidade das supernovas do Tipo Ia. Agora, com base em observações novas e também antigas, Foley e colegas identificaram 25 exemplos do que chamam de supernovas do Tipo Iax. "Este é realmente um novo tipo de explosão estelar," afirma Foley.
Os dados recolhidos pelos cientistas sugerem que, tal como uma supernova do Tipo Ia, uma supernova do Tipo Iax é originária de um sistema binário que contém uma anã branca e uma companheira estelar. Nas supernovas do Tipo Iax, a estrela companheira aparentemente já perdeu o seu hidrogénio exterior, deixando-a dominada por hélio. As anãs brancas, de seguida, acumulam o hélio das suas estrelas companheiras.
Ainda não está claro o que exactamente acontece durante uma supernova do Tipo Iax. O hélio na camada exterior da estrela companheira pode passar por fusão nuclear, despoletando uma onda de choque na direcção da anã branca que a faz detonar. Por outro lado, explica Foley, todo o hélio "roubado" pela anã branca pode alterar a densidade e temperatura no seu interior, forçando o carbono, o oxigénio e talvez o hélio dentro da anã a fundir-se, provocando uma explosão.
Em qualquer dos casos, parece que em muitas supernovas do Tipo Iax, a anã branca sobrevive à explosão, ao contrário das supernovas do Tipo Ia, em que as anãs brancas são completamente destruídas.
"A estrela é golpeada e ferida, mas pode viver para ver outro dia," salienta Foley. "Não temos a certeza do porquê de apenas parte da estrela poder ser destruída. Este é um problema difícil que estamos actualmente a tentar desvendar."
Foley calculou que as supernovas do Tipo Iax são três vezes menos comuns que as supernovas do Tipo Ia. A razão de termos detectado tão poucas supernovas do Tipo Iax até agora é que as mais ténues têm apenas um centésimo do brilho das de Tipo Ia.
"As supernovas do Tipo Iax não são raras, são apenas ténues," afirma Foley. "Há já mais de mil anos que os humanos observam supernovas. Durante todo este tempo, esta nova classe tem-se escondido nas sombras."
Até agora, não foram descobertas supernovas do Tipo Iax em galáxias elípticas, que estão repletas de estrelas velhas. Isto sugere que estas supernovas são provenientes de sistemas estelares jovens.
Espera-se que o futuro Telescópio LSST (Large Synoptic Survey Telescope) no Chile seja capaz de detectar 1 milhão de supernovas durante a sua vida útil, o que significa que pode descobrir mais de 10.000 supernovas do Tipo Iax - aproximadamente o número de supernovas do Tipo Ia já descobertas até à data, realçam os pesquisadores.
"Existe também a possibilidade de haver supernovas do Tipo Iax próximas que podemos observar para obter mais respostas," acrescenta Foley. "Nós queremos saber mais dados, como por exemplo a frequência com que uma estrela perde metade da sua massa estelar, ou um décimo. Actualmente, não temos estatísticas para responder a algumas destas questões."

Astronomia on-line
29 de março de 2013

Dunas da cratera da Gale em Marte estão ativas

Dunas da cratera da Gale estão ativas, revela pesquisa internacional que contou com a participação de investigador da Universidade de Coimbra

Ao contrário do que se pensava, as dunas da cratera de Gale, no planeta Marte, movem-se. A descoberta resulta de uma investigação internacional, liderada pelo Instituto SETI (EUA), e na qual participa o investigador do Centro de Geofísica da Universidade de Coimbra, David Vaz.



Os resultados vão ser publicados na edição de abril da “Geology”, revista científica de referência das Geociências. O trabalho, intitulado “Pervasive aeolian activity along rover Curiosity's traverse in Gale Crater, Mars”, mostra que as dunas, por onde vai passar o rover Curiosity, estão a mover-se a uma velocidade de 40 centímetros por ano terrestre (uma média de pouco mais de 1 mm por dia), indicando que a ação do vento é, muito provavelmente, o processo atual mais importante na modelação da paisagem na cratera de Gale.

Esta descoberta «fornece pistas importantes para o rover Curiosity. Quando o rover passar pelas dunas, poderá estudar in loco as condições atmosféricas e os mecanismos que permitem o transporte de sedimentos em Marte», realça David Vaz, também investigador no Centro de Recursos Naturais e Ambiente do Instituto Superior Técnico (IST).

O estudo, iniciado em 2010, utilizou imagens de satélite, recolhidas entre 2006 e 2011, pela missão “Mars Reconnaissance Orbiter”. A equipa de 8 investigadores correlacionou as estruturas sedimentares com modelos atmosféricos, demonstrando que os ventos serão suficientemente fortes para manter atividade eólica nas condições atmosféricas atuais.

O investigador da UC e do IST, o primeiro português doutorado em Geologia de Marte, foi responsável pelo desenvolvimento do algoritmo (software) «capaz de fazer a cartografia e caracterização automática das estruturas sedimentares eólicas. Genericamente, com base na imagem o algoritmo identifica as estruturas sedimentares (semelhantes a pequenas ondas que se podem ver por vezes na areia da praia) e, a partir daí, obtém-se informação sobre a direção do vento na superfície do planeta».


CienciaPT 
25-MAR-2013




O mais pequeno radar do mundo

Acabou de ser criado o mais pequeno radar do mundo. É do tamanho de uma unha e pode calcular a distância de um objecto até três metros de distância.


Porque o tamanho às vezes importa, acabou de ser criado o mais pequeno radar do mundo. Mede oito por oito milímetros, mais ou menos o tamanho de uma unha, é capaz de calcular a distância de um objecto até três metros de distância e tem um custo de produção quase tão pequeno como ele. Se for fabricado em larga escala, cada um destes radares poderá custar aproximadamente um euro.

As possíveis aplicações para este pequeno sistema de radar, compactado num “chip” de silício, são mais do que muitas. Para além de poder ser usado para determinar distâncias até três metros, com um erro de menos de um milímetro, ou detectar objectos em movimento e calcular a sua velocidade, o mini-radar poderá ainda ser utilizado nos automóveis, no controlo dos sistemas automáticos das portas, nos telemóveis e até pela indústria da robótica.

Financiado pela Comissão Europeia (CE), o projecto de desenvolvimento do radar teve um orçamento de três milhões de euros e foi coordenado por Christoph Scheytt, do instituto IHP de Frankfurt, na Alemanha. Mas o trabalho não se ficou pela Alemanha. O desenvolvimento e a construção do radar resultaram de uma parceria de nove instituições académicas e industriais da Europa e do Canadá.

“Tanto quanto sei, este sistema de radar completo é o mais pequeno do mundo”, diz Christoph Scheytt, num comunicado da CE. O radar funciona em frequências acima dos 100 GHz e há outros assim: “Mas este tem o mais alto nível de integração alguma vez feito em silício.”

Pelo facto de ser tão pequeno, o radar trouxe alguns problemas aos cientistas. Um deles foi a antena, que devia ser pequena e fina, o que nem sempre é possível, dependendo da frequência que se pretende. “Em áreas tão pequenas, o tamanho importa e muito”, diz Christoph Scheytt. “A maior motivação para usarmos altas frequências em vez das baixas é que estas permitem que as antenas sejam mais pequenas.”

Agora que o aparelho está pronto a funcionar, o lado comercial do projecto está em desenvolvimento. Por exemplo, a Bosh da Alemanha, um dos parceiros do projecto, é uma das empresas que já estão a testar a forma de incorporar o radar nos seus processos industriais.

                                                                                             Público22 de dezembro de 2012



CINCO PLANETAS EM TORNO DE ESTRELA VIZINHA TAU CETI; UM NA ZONA HABITÁVEL

Uma equipa internacional de astrónomos descobriu que Tau Ceti, uma das estrelas mais próximas e mais semelhante ao Sol, pode hospedar cinco planetas, incluindo um na zona habitável da estrela.


A uma distância de 12 anos-luz da Terra e visível a olho nu no céu nocturno, Tau Ceti é a estrela mais próxima e singular com a mesma classificação espectral que o nosso Sol. Os seus cinco planetas têm massas estimadas entre duas e seis vezes a massa da Terra, constituindo o sistema planetário de menor massa já detectado. Um dos planetas está na zona habitável da estrela e tem uma massa cerca de cinco vezes maior que a da Terra, tornando-o no mais pequeno planeta já descoberto na zona habitável de uma estrela semelhante ao Sol.

A equipa internacional de astrónomos do Reino Unido, Chile, Estados Unidos e Austrália, combinou mais de seis mil observações com três instrumentos diferentes e intensamente modelou os dados. Usando novas técnicas, a equipa encontrou um método de detectar sinais com metade do tamanho que pensavam ser possível. Isto melhora a sensibilidade da procura por planetas pequenos e sugere que Tau Ceti não é uma estrela solitária, mas que tem um sistema planetário. A equipa apresentou os seus achados num artigo aceite para publicação na revista Astronomy & Astrophysics.

                                                                            Astronomia online21 de dezembro de 2012



O mundo vai acabar, mas não será a 21 de Dezembro de 2012

Impactos de meteoritos, actividade solar alta, a colisão de um planeta-fantasma ou uma mega-erupção. A pseudociência está a dar gás a uma falsa profecia maia e o medo das pessoas é alimentado pela falta de cultura científica, dizem os astrónomos.


Chegará o dia em que o Sol vai inchar e transformar-se numa gigante vermelha. Quando isso acontecer, daqui a mais de cinco mil milhões de anos, Mercúrio será engolido, depois Vénus e finalmente a Terra. Mas a vida já terá desaparecido do nosso planeta. A evolução natural de estrelas como o Sol é brilhar cada vez mais. E dentro de mil milhões de anos a temperatura à superfície da Terra será demasiado alta para haver água no estado líquido. Esta não é assim uma preocupação imediata, mas muitas pessoas pensam que o fim do mundo está iminente. Uma falsa profecia maia fantasia que esse dia será já esta sexta-feira – 21 de Dezembro de 2012.

O anúncio do fim do mundo é quase tão velho como a humanidade. Houve centenas de previsões ao longo dos séculos, muitas em tempos terríveis, como durante a epidemia da peste negra na Idade Média, na Europa. O século XXI não mudou de registo. Um deles foi o suposto buraco negro que o LHC (o grande acelerador de partículas do Laboratório Europeu de Partículas, ou CERN) iria desencadear, quando começasse a trabalhar em 2008.

A humanidade já esteve para desaparecer muitas vezes, segundo as profecias. A próxima é sempre a derradeira, pelo menos até esse momento ficar para trás.

Na profecia de amanhã, a única culpa dos maias é terem inventado um calendário que funciona como o contador de quilómetros dos carros, que, quando chega ao fim, volta ao início. Os maias foram uma das mais importantes civilizações da América Central. Esta civilização tinha várias formas de contar o tempo, para determinar a sementeira e colheita do milho, para assinalar o ano solar e outra para longos períodos de tempo. Este último calendário assinalava os dias utilizando um contador com cinco casas, num sistema não decimal e que ia até aos 8000 anos. Depois, o contador seria obrigado a voltar ao início.

Segundo a profecia, o fim da contagem no calendário – e do mundo – seria no dia 21. Os arqueólogos pensam que esta contagem terá começado a 5 de Setembro de 3114 a.C. – basta fazer as contas para perceber que entre as datas só passaram 5126 anos. Outros argumentam que os maias falavam numa renovação do mundo a cada 5200 anos, em que um incêndio de enormes proporções e depois chuvas intensas iriam dizimar o mundo inteiro. E a humanidade recomeçaria a partir do zero.

A previsão apocalíptica começou a ganhar forma na década de 1960. Actualmente, tem recebido força com a ajuda de justificações pseudocientíficas: esta sexta-feira o fim do mundo será causado por tempestades solares fortíssimas, devido ao pico da atividade do Sol, apesar de os astrónomos dizerem que nada se passa de anormal; outros dizem que um asteróide ou um planeta-fantasma vai colidir com a Terra, mas que ninguém ainda observou no céu.

Outras hipóteses: inundações planetárias, megavulcanismo, sismos, alinhamento galáctico, uma alteração da energia do Universo.

Mas uma coisa será certa: o fim da Terra irá irremediavelmente acontecer. Se até lá nada de cataclísmico ocorrer, o destino do nosso planeta estará intimamente ligado com a morte do Sol, daqui a muitos milhões de anos. Talvez nessa altura isso não seja um problema para a humanidade, que poderá já ter colonizado outro planeta e nem se lembrar que um dia existiu a Terra.


                                                                                             Público20 de dezembro de 2012



Ventos de Vénus têm o primeiro mapa rigoroso e foi feito por portugueses

À superfície, uma brisa. Mas a 70 quilómetros de altitude os ventos venusianos atingem velocidades muito superiores aos dos furacões na Terra. Pela primeira vez, fez-se uma medição rigorosa desses ventos.


Vénus aparece-nos no céu nocturno sem dificuldade e é o astro mais brilhante depois da Lua. Mas quem quiser conhecê-lo melhor depara-se com uma barreira – uma capa de nuvens que envolve o planeta e reflecte muita luz solar. Uma equipa liderada por cientistas portugueses conseguiu medir, num telescópio na Terra, o movimento dos ventos nesta camada de nuvens, ajudando a compreender melhor a sua atmosfera. "É a primeira vez que se faz um mapa dos ventos de Vénus", realça o astrofísico Pedro Mota Machado, que liderou, com o seu colega David Luz, ambos do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa, o estudo publicado na revista científica Icarus.

A equipa usou as lentes do Very Large Telescope (VLT), o complexo de telescópios no cimo de Cerro Paranal, no Chile, que pertence ao Observatório Europeu do Sul. "Já se mediram os ventos de Vénus a partir da Terra seguindo os padrões das nuvens", explica o astrofísico. Este método só pode produzir velocidades médias, mas a equipa conseguiu agora ter uma fotografia da velocidade das partículas que estão em suspensão nas nuvens venusianas, utilizando um espectrógrafo do VLT.

Por estarem juntos, Vénus e a Terra nasceram da agregação de poeira cósmica semelhante. Vénus terá tido água líquida há muito tempo, mas perdeu-a ao longo de milhões de anos. Hoje, os planetas são muito diferentes. A rotação de Vénus é no sentido inverso da da Terra. O planeta demora 243 dias terrestres a dar uma volta sobre si mesmo, apesar de orbitar o Sol em 224 dias. Mesmo com um dia e noite compridos, as condições à superfície do planeta mantêm-se semelhantes.

Lançada em 1989, a sonda Magalhães observou Vénus e mostrou que a sua topografia é marcadamente vulcânica. Tem 1600 grandes vulcões, mas nenhum parece estar activo. "Para haver dióxido carbono e enxofre [que produz ácido sulfúrico e chuvas ácidas] na atmosfera, é necessário haver reposição destes gases", diz Pedro Mota Machado.

Uma cortina de nuvens

A própria camada densa de nuvens de enxofre é um mistério. Na Terra, as nuvens estão a uma altitude máxima de 20 quilómetros. Em Vénus, a camada encontra-se a cerca de 70 quilómetros. Além disso, na região equatorial, esta cortina de nuvens está continuamente em movimento, graças a um vento chamado laminar ou zonal: "Há uma zona de nuvens que se move em uníssono em torno de Vénus e a uma velocidade constante", explica o astrofísico.

Foi esta região que a equipa observou durante Maio e Junho de 2007. Para isso, utilizou o espectrógrafo do VLT para medir os fotões, na parte da luz visível do espectro electromagnético. Estes fotões tinham vindo do Sol e, ao chegarem à atmosfera venusiana, eram desviados consoante a velocidade do movimento das partículas suspensas na camada de nuvens sobre o equador. E o espectrógrafo dava uma leitura imediata das velocidades destas partículas, o que permitia assim obter um perfil dos ventos na região equatorial.

A equipa mediu ventos com velocidades entre os 381 e 457 quilómetros por hora (como termo de comparação, na Terra, os furacões mais fortes têm ventos de 252 quilómetros por hora). "Conseguimos ter dados concretos da circulação dos ventos", sublinha Pedro Mota Machado.

Assim, é possível aperfeiçoar os modelos da circulação atmosférica de Vénus e de planetas com características semelhantes noutros sistemas solares. Mas há um objectivo mais geocêntrico. Apesar de Vénus ser um extremo, não deixa de poder servir como exemplo de estudo sobre um possível futuro da Terra. "Quando Vénus, Terra e Marte se formaram, os valores da concentração de dióxido carbono na atmosfera eram praticamente iguais", diz o cientista.

Na Terra, a vida alterou as condições. O efeito de estufa é muito mais suave do que em Vénus e ajuda a manter uma temperatura amena. Mas estas condições podem mudar. A Terra teve momentos em que tinha mais dióxido de carbono na atmosfera e em que o efeito de estufa era mais intenso. Tudo indica que um fenómeno semelhante está em curso, desta vez com um grande contributo humano. Até ao final do século, a temperatura terrestre pode aumentar em média quatro graus Celsius. "A atmosfera na Terra é muito frágil", refere Pedro Mota Machado.

A equipa detectou ainda a presença de uma "maré solar", que já tinha sido prevista: "A zona que está virada para o Sol recebe mais luz e há uma dilatação da atmosfera", explica.

Neste momento, a equipa procura os ventos meridionais de Vénus. Na Terra, estes ventos produzem células de ar que se movem do equador em direcção aos pólos e transferem assim calor para as regiões frias. Em Vénus, não se sabe se existem estes ventos. "Provavelmente, o novo trabalho vai responder a esta questão."

                                                                                             Público, 10 de dezembro de 2012


ROVER DA NASA COMPLETA PRIMEIRA ANÁLISE DE SOLO MARCIANO

O rover Curiosity da NASA usou a sua gama completa de instrumentos para analisar solo marciano pela primeira vez, e encontrou uma química complexa. Água e substâncias que contêm enxofre e cloro, entre outros ingredientes, foram detectados em amostras recolhidas pelo braço robótico do Curiosity e depositadas num laboratório analítico dentro do veículo.


A deteção das substâncias durante esta fase inicial da missão demonstra a capacidade do laboratório para analisar amostras diversas de solo e de rochas ao longo dos próximos dois anos. Os cientistas também têm verificado as capacidades dos instrumentos do rover.

O Curiosity é o primeiro rover marciano capaz de escavar o solo e depositar amostras em instrumentos analíticos. A amostra específica de solo é poeira e areia soprada pelo vento e depositada num local apelidado de "Rocknest". O local fica numa parte relativamente plana da Cratera Gale, ainda a quilómetros de distância do destino principal do rover, a encosta do Monte Sharp. O laboratório do rover inclui o instrumento SAM (Sample Analysis at Mars) e o CheMin (Chemistry and Mineralogy). O SAM utilizou três métodos para analisar gases emitidos a partir da areia quando esta foi aquecida num pequeno forno. Uma classe de substâncias que o SAM procura são compostos orgânicos - químicos que contêm carbono, que podem ser ingredientes para a vida.

A equipa do Curiosity seleccionou Rocknest como o primeiro local de recolha de amostras porque tem partículas finas de areia, adequadas para as superfícies interiores das câmaras de manuseio do braço robótico. A areia sofreu vibrações dentro das mesmas para remover resíduos da Terra. As ampliações de Rocknest pelo MAHLI mostram uma crosta revestida de pó com a espessura de um ou dois grãos de areia, cobrindo areia mais fina e escura.

O SAM identificou provisoriamente oxigénio e o composto de cloro, perclorato. Este é um produto químico previamente encontrado no solo ártico marciano pelo "lander" Phoenix. As reacções com outros químicos aquecidos no SAM formaram o composto clorato de metano - um carbono orgânico detectado pelo instrumento. O cloro tem origem marciana, mas é possível que o carbono seja de origem terrestre, transportado pelo Curiosity e detectado graças à alta sensibilidade do SAM.

Astronomia online, 4 de dezembro de 2012

Voyager - 35 anos a explorar O Sistema Solar

Há 35 anos que foram lançadas as sondas Voyager 2, a 20 de Agosto de 1977 e a sua “irmã gémea”, a Voyager 1 (lançada a 5 de Setembro de 1977), depois de terem explorado, pela primeira vez, os planetas gigantes (Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno) encontram-se hoje nos limites do Sistema Solar, sendo os “objetos tecnológicos” mais longe da Terra alguma vez feitos pelo Homem.



A Voyager 1, que avança para o espaço interestelar a uma velocidade de 17 km/s (61 200 km/h), encontra-se a cerca de 120 vezes a distância da Terra ao Sol. A Voyager 2, deslocando-se a 15,4 km/s (55 440 km/h), está a mais de 98 vezes a distância da Terra ao Sol.

Nesta exploração, cujo 35º aniversário agora se comemora, as sondas levam consigo informação sobre a vida na Terra, dirigidas a outras vidas no espaço: o famoso “Disco Dourado” que contem saudações em 55 idiomas terrestres, 155 imagens do nosso planeta, assim com 90 minutos de “música humana” e sons da biosfera.

O conteúdo do “Disco Dourado” foi seleccionado por uma comissão presidida por Carl Sagan. Podes consultar mais informação no clicando no seguinte lik:

Marcos da exploração espacial, depois de terem enviado as primeiras imagens tecnologicamente “modernas” sobre os quatro planetas gigantes e suas luas (algumas descobertas por estas sondas) continuam a contribuir para o conhecimento do sistema solar. 

As sondas comunicam semanalmente com o centro de controle no Laboratório de Propulsão a Jacto (JPL), em Passadena, Califórnia, via sinais de rádio captados pelo “Deep Space Network”. Os dados enviados, por exemplo pela Voyager 1, demoram, à distância atual, cerca 16 horas e 40 minutos a atingir a rede de grandes antenas instaladas em três locais do planeta Terra (Goldstone na Califórnia, próximo de Madrid em Espanha e perto de Camberra na Austrália).

E continuarão a explorar e a enviar mensagens sobre o espaço a caminho das estrelas, pelo menos até 2025, altura em que os três geradores termoeléctricos de radioisótopos (a electricidade é gerada a partir do decaimento de várias unidades de óxido de plutónio-238) deverão silenciar-se… Mas as suas missões e feitos permanecerão edificantes na memória da exploração espacial.




Formam-se cada vez menos estrelas


Um grupo de investigadores, liderados por um português, concluiu que estão a formar-se 30 vezes menos estrelas do que há 11 mil milhões de anos, mas a galáxia da Terra ainda dá um contributo positivo.

Formam-se cada vez menos estrelas


O astrofísico David Sobral coordena uma equipa de investigadores de várias nacionalidades, entre ingleses, um japonês, um italiano e um holandês, a trabalhar em diferentes locais do mundo, de Edimburgo a Quioto, dedicados a estudar o universo.

A partir da Universidade de Leiden, na Holanda, David Sobral lidera o projeto que está a utilizar três dos melhores telescópios do mundo, dois no Havai e um no Chile.

"Medimos a taxa de natalidade ao longo da história e verificamos que, no pico da atividade do universo, há cerca de 11 mil milhões de anos, existiam cerca de 30 toneladas por minuto de estrelas a formar-se num determinado volume, enquanto que, hoje, num volume comparável, apenas se está a formar uma tonelada de estrelas por minuto", disse hoje à agência Lusa o cientista.

"Temos amostras 10 vezes superiores ao que existia antes, e usamos a mesma técnica, o que nunca tinha sido feito antes", realçou David Sobral.


                                                                             Diário de Notícias, 8 de novembro de 2012


Duas estrelas casaram-se e deram o fenómeno mais brilhante de sempre no céu

Na noite de 30 de Abril para 1 de Maio de 1006, astrónomos de todo o mundo observaram, à vista desarmada, o acontecimento estrelar mais brilhante no céu de que há memória até hoje. A estrela SN1006 — que os egípcios disseram ter um quarto do brilho da Lua Cheia e três vezes o tamanho de Vénus e os chineses garantiram ter sido visível durante três anos — apareceu de repente. Agora, mais de mil anos depois, concluiu-se que na sua origem esteve provavelmente a colisão, ou casamento, de duas estrelas.


A 7000 anos-luz de distância da Terra, na direcção da constelação do Lobo, a SN1006 é uma supernova. Normalmente, estes objectos extremamente brilhantes resultam da explosão de uma estrela supergigante, o que ocorre na última fase da sua vida e que lança para o espaço grandes quantidades de matéria. Durante algum tempo, as supernovas permanecem no céu como estrelas muito brilhantes, mas, à medida que a sua temperatura e o brilho diminuem, vão perdendo esse encanto. Dependendo da massa que tinha a estrela do início da sua vida, a supernova transforma-se depois numa estrela de neutrões ou num buraco negro.

Mas no caso da SN1006 as coisas passaram-se de maneira diferente. Pertence a um tipo especial de supernovas (as Ia), que surgem quando uma anã branca — uma estrela como a nossa mas na última fase da vida, já moribunda, em que sobra só um “caroço” e o resto foi lançado para o espaço — ganha massa até ficar 1,4 vezes do “tamanho” do Sol. Na Via Láctea, a nossa galáxia, além da SN1006, conhecem-se apenas outras três supernovas deste tipo: a supernova de Tycho Brahe (SN1572), a de Kepler (SN1604) e a SN185.

Para atingir a massa suficiente para explodir numa supernova, uma anã branca tem de estar acompanhada por uma estrela ainda numa fase inicial da vida, à qual vai roubando matéria. Ou tem de ter uma companheira igual a si própria (outra anã branca) e fundir-se com ela. Em qualquer destas duas hipóteses, o resultado é uma explosão e o nascimento de um objecto muito brilhante. Só que no primeiro caso a estrela companheira sobrevive ao roubo pela anã branca e os seus restos podem ainda encontrar-se ao lado da supernova que entretanto se formou. E no segundo caso, as duas anãs brancas desaparecem na fusão e transformam-se numa nova estrela.

Em 2004, o grupo de cientistas, que agora publicou o estudo sobre a SN1006 na revistaNature, analisou a supernova de Tycho Brahe e encontrou a seu lado a estrela que terá sido a companheira sugada. Esses resultados levaram a equipa, do Instituto de Astrofísica de Canárias (IAC) e da Universidade de Barcelona, a pensar que a SN1006 podia ter nascido da mesma maneira — e os cientistas foram à procura dessa estrela que se teria encontrado com uma anã branca e dado origem à supernova.

Como a supernova de 1006 está solitária, a equipa concluiu que só pode ter acontecido uma coisa. Há oito mil anos, duas anãs brancas casaram-se e a sua união foi tão violenta que, sete mil anos mais tarde, no ano 1006, a sua luz chegou-nos com grande esplendor. Hoje, a beleza da supernova, que surge como uma concha esférica de gases, não é menos deslumbrante e ainda pode ser apreciada, mas só com telescópios

                                                                                                Público19 de outubro de 2012




A Lua é um pedaço da Terra resultante de colisão


Cientistas e investigadores da Universidade de Harvard (EUA), recentemente publicado na revista«Science», a Lua fazia parte da Terra, tendo-se separado posteriormente devido a uma enorme colisão.

Sarah Stewart e Matija Cuk, os autores do estudo, defendem na página online da Instituição que a composição isotópica do nosso planeta e do seu satélite natural são praticamente as mesmas e que quando a Lua se formou, a Terra girava de tal forma depressa que um dia durava por volta de três horas.

Os estudos científicos avançam que a Terra chocou com um planeta de dimensões similares a Marte, chamado Theia, e os“escombros” produziram o satélite, há 4.500 milhões de anos. A investigação contou com o apoio do programa As origens do Sistema Solar (Origins of Solar Systems) da NASA.

A explicação da equipa propõe que, como a Terra girava mais rápido, o choque com Theia pode ter lançado para o espaço destroços da própria Terra – o que explicaria porque a Lua tem a mesma composição química.

De acordo com a teoria, depois do impacto, a rotação da Terra terá sido diminuída pela interacção gravitacional entre o Sol e a recém-nascida Lua – fruto de uma ressonância entre as órbitas da Terra e da Lua que transfere momento angular para o Sol.

                                                                                Diário de Notícias19 de outubro de 2012




Planeta iluminado por quatro sóis


Uma equipa de astrónomos anunciou ontem a descoberta de um planeta que é iluminado por quatro sóis, o único sistema deste tipo que se conhece. O planeta chama-se PH1 e situa-se a cinco mil anos-luz da Terra. Provavelmente, é um gigante gasoso um pouco maior do que Neptuno e seis vezes maior do que a Terra.

Orbita duas estrelas que, por sua vez, são orbitadas por outro par de estrelas mais distantes. O PH1 é, então, um “planeta circumbinário num sistema de quatro estrelas”.

Em relação ao planeta, as duas estrelas mais longínquas ficam a uma distância que equivale a 900 vezes o espaço que separa a Terra do Sol.

Este sistema planetário circumbinário duplo foi descoberto pelos astrónomos norte-americanos Kian Jek e Robert Gagliano (astrónomos amadores do projecto Planethunters.org, promovido pela Universidade de Yale) durante uma revisão de dados do telescópio Kepler, da NASA. Apenas seis planetas são conhecidos por orbitarem dois sóis, sendo este o único circundado por um sistema binário distante.

Diário de Notícias, 16 de outubro de 2012






M.ª Carolina Abrantes n.º 14 - 7.º B pesquisou uma notícia interessante sobre o registo de informações utilizando uma supercâmara, que nos poderá dar pistas acerca da expansão do Universo...

Supercâmara astronómica regista primeiras imagens 

Expansão do Universo 

Cientistas da colaboração Dark Energy Survey (DES) anunciaram que a DECam, uma câmera de 570 megapixels construída nos últimos oito anos por cientistas, engenheiros e técnicos em três continentes, obteve a sua "primeira luz".

O levantamento DES ajudará a entender porque o Universo se encontra em expansão acelerada, ao invés de estar desacelerando, como seria de se supor, por conta da gravidade.

A resposta pode estar na energia escura, um dos maiores mistérios da física atual, que recentemente foi considerada mais do que uma teoria por um grupo de astrónomos.

          

Roger Smith/NOAO/AURA/NSF;Roy Kaltschmidt/LLNL] 

A DECam (Dark Energy Camera) está montada no telescópio Victor Blanco, no Chile. O seu plano focal é formado por 62 CCDs, com alta sensibilidade na faixa do infravermelho próximo.


CCDs e megapixels

A DECam é considerada a câmera mais poderosa em operação, capaz de registar a luz de 100 mil galáxias situadas até uma distância de 8 bilhões de anos-luz da Terra.

Ela possui uma matriz com 62 CCDs (sensores) com sensibilidade sem precedentes na região vermelha do espectro eletromagnético, e foi montada no telescópio Victor Blanco, em Cerro Tololo, no Chile.

Combinando os 570 megapixels da DECam com a luz coletada pelo espelho de 4 metros de diâmetro do telescópio, os cientistas poderão contar com uma grande abertura e, simultaneamente, grande profundidade de campo.

A expectativa é que o equipamento permita desde o estudo de asteróides do Sistema Solar até à compreensão da origem e do destino do Universo, o que incluirá a observação de 4.000 supernovas e 300 milhões de galáxias distantes, ao longo dos próximos cinco anos.

Os cientistas da colaboração DES usarão a câmera para o maior levantamento de galáxias jamais feito.

Os dados serão usados para sondar os efeitos da energia escura por meio de estudos de aglomerados de galáxias, supernovas, estruturas em grande escala das galáxias e do efeito de lentes gravitacionais fracas - é a primeira vez que uma experiencia como esta, fará uso destes quatro métodos.



ROVER CURIOSITY DESCOBRE ANTIGO LEITO NA SUPERFÍCIE MARCIANA

O Curiosity da NASA descobriu evidências de que um regato percorreu a área de Marte onde o rover se encontra actualmente. Já havia sinais da presença de água em Marte, mas estes -- imagens de rochas contendo cascalhos arroios -- são os primeiros do seu género.
Os cientistas estão estudando as imagens de pedras cimentadas numa camada de rocha conglomerada. Os tamanhos e formas das pedras oferecem pistas sobre a velocidade e a distância do fluxo no passado remoto.



"A partir do tamanho dos cascalhos que transportava, podemos interpretar que a água movia-se a cerca de 3 metros por segundo, com uma profundidade algures entre o tornozelo e a anca de um ser humano," afirma William Dietrich, co-investigador científico da Universidade da Califórnia em Berkeley, EUA. "Muitos artigos têm sido escritos acerca dos canais de Marte, com muitas hipóteses diferentes sobre os próprios fluxos. Esta é a primeira vez que estamos realmente vendo água transportando cascalho em Marte. Esta é uma transição da especulação acerca do tamanho do material do leito à sua observação directa."
O local encontra-se entre a borda norte da Cratera Gale e a base do Monte Sharp, uma montanha no interior da cratera. Imagens da região, obtidas anteriormente a partir de órbita, permitem uma interpretação adicional do conglomerado rochoso. As imagens mostram um leque aluvial de material transportado desde a borda, sulcado por muitos canais aparentes, localizados mais acima das novas descobertas.
O formato arredondado de algumas pedras do aglomerado indica transporte de longa distância desde cima do limite da cratera, onde um canal chamado "Peace Vallis" alimenta o leque aluvial. A abundância de canais entre o limite da cratera e o aglomerado de rochas sugere fluxos contínuos ou repetidos durante muito tempo, não apenas uma vez ou por apenas alguns anos.
A descoberta vem do estudo de dois afloramentos, denominados "Hottah" e "Link", com a câmara do mastro do Curiosity durante os primeiros 40 dias após a aterragem. Estas observações vieram no seguimento de sugestões anteriores de outro afloramento, exposto pelo escape dos jactos do guindaste espacial, aquando da aterragem do rover.
"Parece que em Hottah foi usado um martelo pneumático, como se tratasse de uma laje de calçada, mas é na realidade um bloco inclinado de um leito antigo," afirma John Grotzinger, cientista do projecto Mars Science Laboratory do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena.
Os cascalhos empilhados, em ambos os afloramentos, variam desde o tamanho de grãos de areia até ao tamanho de bolas de golfe. Alguns são angulares, mas muitos são arredondados.
"As formas dizem-nos que foram transportados e os tamanhos dizem-nos que não podiam ter sido transportados pelo vento. Foram transportados por fluxo líquido," afirma Rebecca Williams, co-investigadora científica do Curiosity, do Instituto de Ciências Planetárias em Tucson, no estado americano do Arizona.
A equipa científica poderá usar o Curiosity para determinar a composição do material que mantém o conglomerado unido, revelando mais características do ambiente molhado que formou estes depósitos. As pedras do conglomerado fornecem uma amostra da borda da cratera, por isso a equipa pode também examinar algumas para saber mais sobre a geologia da região.
A encosta do Monte Sharp na Cratera Gale permanece o destino principal do robot. Argilas e sulfatos já detectados de órbita podem preservar químicos orgânicos com base no carbono, ingredientes potenciais para a vida.
"Uma longa corrente de fluxo pode ser um ambiente habitável," disse Grotzinger. "No entanto, não é a nossa melhor escolha para a preservação de material orgânico. Nós ainda vamos para o Monte Sharp, mas isto assegura-nos que já encontrámos o nosso primeiro ambiente potencialmente habitável."
Durante a missão principal de dois anos do Curiosity, os cientistas vão usar os 10 instrumentos do rover para investigar se a Cratera Gale já proporcionou condições ambientais favoráveis para a vida microbiana.


                                                                                                        28 de setembro de 2012


ROVER CURIOSITY APONTA ARMAS PARA ROCHA INVULGAR NA SUA VIAGEM

O rover Curiosity chegou a uma rocha com o tamanho de uma bola de futebol, que será o primeiro alvo de estudo do seu braço robótico.


O Curiosity está a cerca de 2,5 metros da rocha. Está situado a metade do caminho entre o local de aterragem do rover, Bradbury Landing, e um local chamado Glenelg. Nos próximos dias, a equipa planeia tocar na rocha com um espectrómetro para determinar a sua composição e usar uma câmara acoplada ao braço para obter fotografias de perto.

Tanto o instrumento APXS (Alpha-Particle X-ray Spectrometer) no braço como o laser ChemCam no mastro serão usados para identificar os elementos na rocha. Isto permitirá o cruzamento dos dados obtidos pelos dois instrumentos.

A rocha foi apelidada de "Jake Matijevic". Jacob Matijevic foi o engenheiro-chefe dos sistemas de operações à superfície para o MSL e para o projecto do rover Curiosity. Faleceu a 20 de Agosto, tinha 64 anos. Matijevic foi também um engenheiro líder de todos os anteriores rovers da NASA: Sojourner, Spirit e Opportunity.

O Curiosity já viajou agora seis dias seguidos. As distâncias diárias variam entre os 22 e 37 metros. "Este robot foi construído para viajar, e a equipa está realmente ficando com um bom ritmo de condução, dia após dia, quando é essa a prioridade," afirma Richard Cook, gestor do projecto MSL no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia.

A equipa pretende escolher uma rocha na área de Glenelg para o primeiro uso da capacidade do rover em analisar pó perfurado obtido do interior de rochas. Três tipos de terreno cruzam-se na área de Gleneg -- um com tom mais claro, outro mais craterado e o tipo de terreno que o Curiosity está agora a atravessar. A área mais clara é de especial interesse porque retém o calor do dia pela noite dentro, sugerindo uma composição invulgar.

"Como estamos chegando mais perto da área clara, vemos faixas escuras e finas de origem desconhecida," afirma John Grotzinger, cientista do projecto MSL do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. "A diversidade de pequena-escala é cada vez mais evidente à medida que nos aproximamos, proporcionando mais alvos potenciais para investigação."

Os cientistas estão usando a MastCam para encontrar potenciais alvos no solo. Recentes novas imagens obtidas pelas câmaras do rover revelam estrias escuras em rochas na área de Glenelg que têm fomentado o interesse dos investigadores na área. Além de capturar imagens da superfície, a câmara também tem estado ocupada a olhar para o céu.

Em dois dias recentes, o Curiosity apontou a MastCam para o Sol e registou imagens das duas luas de Marte, Phobos e Deimos, passando em frente do Sol a partir do ponto de vista do robot. Os resultados destas observações dos trânsitos fazem parte de um estudo a longo-prazo de alterações nas órbitas das luas. Os rovers gémeos da NASA, o Spirit e Opportunity, que chegaram a Marte em 2004, também observaram trânsitos solares das luas de Marte. O Opportunity também terá outra oportunidade esta semana.

"Phobos está numa órbita que se aproxima muito lentamente de Marte, e Deimos está numa órbita que se afasta muito lentamente de Marte," afirma Mark Lemmon, co-investigador científico do Curiosity, da Universidade A&M do Texas em College Station. "Estas observações ajudam-nos a reduzir a incerteza nos cálculos das mudanças."

Nas observações de Phobos pelo Curiosity esta semana, o momento em que a borda da lua começou a sobrepor-se ao disco do Sol foi previsível com apenas segundos de diferença. A incerteza no momento exacto deve-se ao interior de Marte não ser totalmente compreendido.

Phobos provoca pequenas alterações à forma de Marte, da mesma maneira que a Lua da Terra levanta marés. As alterações na forma de Marte dependem do interior marciano que, por sua vez, levam à deterioração da órbita de Phobos. A cronometragem mais precisa da mudança orbital fornece informações sobre a estrutura interior de Marte.

Durante a missão principal de dois anos do Curiosity, os investigadores vão usar 10 instrumentos científicos para avaliar se o local seleccionado dentro da Cratera Gale já ofereceu condições ambientais favoráveis para a vida microbiana.


                                                                                          Público21 de setembro de 2012

TELESCÓPIOS DA NASA ESPIAM GALÁXIA ULTRA-DISTANTE

Com o poder combinado dos telescópios Spitzer e Hubble, assim como um efeito de ampliação cósmico, os astrónomos descobriram o que poderá ser a galáxia mais distante já observada. A luz da jovem galáxia capturada pelos observatórios espaciais brilhou pela primeira vez quando o nosso Universo de 13,7 mil milhões de anos tinha apenas 500 milhões de anos.


A longínqua galáxia existiu numa era importante em que o Universo começava a transitar da chamada Idade das Trevas cósmica. Durante este período, o Universo passou de uma vastidão escura e sem estrelas para um cosmos reconhecível e cheio de galáxias. A descoberta desta ténue e pequena galáxia abre uma janela para as mais profundas e remotas épocas da história cósmica.
"Esta galáxia é o objecto mais distante que já observámos com alta confiança," afirma Wei Zheng, investigador principal no departamento de física e astronomia da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, EUA, autor principal de um novo estudo publicado na revista Nature. "O trabalho futuro que envolve esta galáxia, bem como outras como ela que esperamos encontrar, vai permitir estudar os objectos mais antigos do Universo e como a Idade das Trevas terminou."
A luz da galáxia primordial viajou cerca de 13,2 mil milhões de anos antes de chegar aos telescópios da NASA. Por outras palavras, a luz das estrelas capturada pelo Hubble e Spitzer deixou a galáxia quando o Universo tinha apenas 3,6% da sua idade actual. Tecnicamente falando, a galáxia tem um desvio para o vermelho, ou "z", de 9,6. O termo "desvio para o vermelho" refere-se à quantidade de luz de um objecto que mudou para comprimentos de onda mais longos, como resultado da expansão do Universo. Os astrónomos usam o desvio para o vermelho para descrever distâncias cósmicas.
Ao contrário das anteriores descobertas de candidatas a galáxias nesta faixa de idade, que foram apenas vislumbradas num única cor, ou banda, esta galáxia recém-descoberta foi vista em cinco bandas diferentes. Como parte do programa CLASH (Cluster Lensing And Supernova Survey with Hubble), o telescópio registou a recém-descrita e distante galáxia em quatro bandas do espectro visível e infravermelho. O Spitzer mediu uma quinta banda infravermelha mas mais longa, colocando a descoberta em terreno mais firme.
Objectos nestas distâncias extremas estão na sua maioria para lá da sensibilidade de detecção dos maiores telescópios actuais. Para capturar estas galáxias distantes e primordiais, os astrónomos contaram com a ajuda de lentes gravitacionais. Neste fenómeno, previsto por Albert Einstein há mais de um século, a gravidade deforma os objectos em primeiro plano e amplia a luz de objectos de fundo. Um aglomerado massivo de galáxias situado entre a nossa Galáxia e a recém-descoberta galáxia ampliou a sua radiação, aumentando o brilho do objecto remoto cerca de 15 vezes e tornando-o visível.
Com base nas observações do Hubble e do Spitzer, os astrónomos pensam que a distante galáxia tinha menos de 200 milhões de anos quando foi vista. É também pequena e compacta, contendo apenas cerca de 1% da massa da Via Láctea. De acordo com as teorias cosmológicas actuais, as primeiras galáxias deviam na verdade ter começado pequenas. Progressivamente foram fundindo-se, eventualmente acumulando-se nas galáxias consideráveis do Universo mais moderno.
Estas primeiras galáxias provavelmente desempenharam um papel dominante na Era da Reionização, o evento que marca o fim da Idade das Trevas do Universo. Esta época começou cerca de 400.000 anos após o Big Bang, quando o hidrogénio gasoso neutro foi formado a partir de partículas em arrefecimento. As primeiras estrelas e galáxias luminosas surgiram algumas centenas de milhões de anos depois. Pensa-se que a energia libertada por essas primeiras galáxias fez com que o hidrogénio neutro espalhado pelo Universo se ionizasse, ou perdesse um electrão, um estado que o gás tem mantido desde aí.
"Em essência, durante a época da reionização, as luzes acenderam-se no Universo," afirma Leonidas Moustakas, co-autor do artigo e investigador no JPL da NASA, uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, EUA.
Os astrónomos planeiam estudar o aparecimento das primeiras estrelas e galáxias e a época da reionização com o sucessor do Hubble e do Spitzer, o Telescópio James Webb, que tem lançamento previsto para 2018. A distante galáxia recém-descrita será provavelmente um alvo principal.

Público, 21 de setembro de 2012 


Queda de meteorito encheu cratera de diamantes


Queda de meteorito encheu cratera de diamantes 

Especialistas russos afirmam que existe um enorme depósito de diamantes na Sibéria que foram transportados por um meteorito há 35 milhões de anos. As pedras preciosas na cratera deixada pelo meteorito já tinham sido descobertas na década de 70, mas a sua existência foi mantida em segredo.

Segundo Academia das Ciências russa, o "tesouro" está na cratera de Popigai, na região leste Sibéria, que tem cerca de 100 quilómetros de diâmetro.

Esta cratera é a sétima maior do mundo e tem milhões de quilates dos denominados diamantes de impacto.

A existência dos diamantes já era conhecida. Na década de 70, o "tesouro" foi descoberto mas nunca foi explorado e a sua existência foi mantida em segredo até depois do colapso da União Soviética, na década de 90.

Agora, especialistas russos "redescobriram" os diamantes e dizem que estes podem ser até duas vezes mais duros que os convencionais. Isto pode ser explicado pelas altas temperatura e pressão no momento da colisão do meteorito com a superfície terrestre.

Nikolai Pokhilendo, do Instituto Geológico em Novosibirsk, explicou à agência RIA Novosti que estes diamantes têm outras formas moleculares de carbono e que não são indicados para a joalharia.


Público, 20 de setembro de 2012



Área de gelo no Árctico alcançou recorde mínimo desde que há registo


O recorde anterior de 2007 já tinha sido batido a 27 de Agosto, mas o gelo no Árctico continuou a diminuir e a 16 de Setembro terá chegado ao mínimo deste ano, e ao mínimo de sempre desde que começaram os registos de satélite em 1979.


No passado domingo, restavam apenas 3,41 milhões de quilómetros quadrados de gelo no Pólo Norte, de acordo com o comunicado desta quarta-feira do Centro Nacional de Dados de Neve e do Gelo (NSDIC, sigla em inglês) dos EUA.


A área mínima de gelo em 2012 é menor em 760.000 quilómetros quadrados do que a de 2007 

A 27 de Agosto, o gelo do Árctico já tinha sido notícia. O mínimo anterior obtido em 2007 tinha sido ultrapassado. Há menos de um mês, a área de gelo era de 4,10 milhões de quilómetros quadrados, o que é menos do que os 4,17 milhões alcançados a 18 de Setembro de 2007.

Comparado com 2007, a temperatura média em 2012 no Árctico foi mais fria (embora tenha sido mais quente do que a média), de acordo com o comunicado do NSDIC. Mas houve um forte decréscimo da área de gelo durante o início de Agosto na mesma altura em que ocorreu uma tempestade muito forte situada sobre o oceano Árctico.

“É possível que a razão primária para a grande perda de gelo neste Verão seja a diminuição da espessura de gelo, que é agora dominada por mais gelo sazonal [que se forma anualmente, e que não resulta da acumulação ao longo dos anos]. Este gelo mais fino está mais predisposto a ser partido e a derreter devido a fenómenos climatéricos, como a tempestade”, explica o comunicado.

O resultado é que a área mínima de gelo é menor em 760.000 quilómetros quadrados do que a de 2007, cerca de menos oito vezes a área de Portugal. E é quase metade do que é a área mínima média entre 1979 e 2000.

No início de Outubro, o NSDIC vai publicar a análise definitiva da temporada. Se nenhuma mudança meteorológica ocorrer, o frio vai fazer com que recomece o ciclo de congelação e a área do gelo aumente gradualmente até daqui a seis meses.

Os resultados deste Verão fizeram rever o prazo mínimo para que no Verão deixe de haver gelo no Árctico. Há cientistas que apontam a data deste marco já para 2016. Os seis Verões com menor área de gelo no Árctico foram nos últimos seis anos, e a diminuição da área sem precedentes deste ano reforça a ideia de que as alterações climáticas estão a ter impactos muito mais imediatos do que se previa.

Público,   19 de setembro de 2012 

O Tiago Delgado n.º 18 - 7.º B pesquisou uma notícia interessante sobre uma missão espacial com o objectivo de explorar Mercúrio...





A Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou no dia 15 de Setembro um acordo com o consórcio Arianespace para que lancem em julho de 2014 a sonda BepiColombo, a primeira missão europeia  a Mercúrio, onde chegará seis anos depois com o objectivo de elaborar mapas sobre o planeta, conhecer a estrutura geológica e a composição de suas crateras.
A sonda, construída será lançada em julho de 2014 a bordo do foguete Ariane 5 do centro espacial europeu de Kuru, na Guiana Francesa, para realizar um estudo pormenorizado do planeta Mercúrio.



E esta já tinhas ouvido?


Afinal a NASA vai adiar a queda do satélite na Terra.
Depois de excluir a possibilidade dos Estados Unidos serem atingidos pelos destroços, a NASA diz agora que tal ainda pode acontecer, entre hoje à noite e a madrugada de amanhã.
O satélite em rota de colisão com a Terra deverá entrar na atmosfera entre hoje à noite e a madrugada de amanhã, sábado, dia 24 (hora de Nova Iorque, menos cinco do que em Lisboa), informou a NASA.
No último relatório da agência espacial norte-americana podia ler-se que "a atividade solar já não é o principal fator a determinar a descida" e que "aparentemente, a orientação do satélite ou a sua configuração mudaram, o que estará a desacelerar a queda".
Na anterior previsão, a NASA estimava que o Upper Atmosphere Research Satellite (UARS), deveria ter entrado na atmosfera terrestre sexta-feira, dia 23, à tarde.
Apesar de ter corrigido a janela temporal, a NASA continua a não dizer onde deverão cair os destroços do maior satélite a atingir a Terra nos últimos 30 anos.
Ontem, a agência espacial excluía a possibilidade dos destroços atingirem a América do Norte, mas hoje, apesar de dizer que é pouco provável, não afasta esta possibilidade devido às alterações no "rácio de descida".
Recorde-se que, segundo a NASA, a probabilidade dos restos do UARS, que pesa 5,9 toneladas, atingirem uma pessoa é muito remota - uma em 3.200.
Os cientistas garantem que o satélite se desintegrará ao entrar na atmosfera e que pelo menos 26 grandes pedaços do engenho caiam sobre o planeta.
O UARS foi lançado com o intuito de estudar as alterações climáticas, medindo a concentração de determinadas substâncias químicas na atmosfera.


 Imagem conceptual do UARS, lançado em 15 de setembro de 1991
                                                                                       UARS, lançado em 15 de setembro de 1991







Afinal...




O satélite não comandado UARS da Agência Espacial Norte Americana afundou-se neste sábado algures no oceano Pacífico, entre as 4h23 e as 6h09 (hora de Lisboa), disse a NASA.


Desde dia 12 de Setembro que a NASA envia descrições da situação do UARS. A data da queda estava apontada para sexta-feira, mas os efeitos da actividade solar fizeram atrasá-lo.
A nave pesava cerca de seis toneladas, e esperava-se que 26 das suas peças não se desintegrassem durante a reentrada e atingissem a superfície. Algumas delas pesam mais do que cem quilos e segundo os cálculos iriam espalhar-se ao longo de 800 quilómetros, com um risco de um em 3200 de acertarem e matarem uma pessoa. Uma hipótese que a agência considera remota.
Espera-se agora conhecer o local e a altura exacta em que o satélite se afundou no oceano. Esta manhã, a BBC News avançava que algumas das peças tinham caído no Canadá, mas a informação não tinha sido confirmada. “A localização e altura precisa da reentrada ainda não são conhecidas com certeza”, declarou a NASA.
No final desse ano foi enviado para uma órbita mais próxima da Terra, a 360 quilómetros, de modo a acelerar a sua reentrada na Terra e evitar que se mantivesse muito tempo no espaço. Este método, cada vez mais utilizado pelas agências espaciais, previne que os objectos enviados para o espaço se mantenham muito tempo, arriscando-se a entrar em colisões com outros satélites, o que faz multiplicar o lixo espacial.


Outro satélite a caminho: Rosat !
O UARS deixou de funcionar em 2005 muito se falou deste satélite que finalmente caiu na Terra.
Este satélite tinha 6 toneladas, prevendo-se que iria partir-se em 26 grandes pedaços, com os maiores tendo 150 kgs. A probabilidade deste satélite atingir um ser humano era de 1 em 3.200.
Tal como outros no passado, caiu no Oceano Pacífico, longe de olhos humanos, e não afetou ninguém.



O perigo do UARS acabou, mas já há outro satélite perigoso.
O satélite alemão Rosat estudou estrelas, nebulosas e galáxias, entre 1990 e 1998.
O satélite tem 2.400 kgs.
Apesar de ser mais leve que o UARS, o certo é que deverá resistir melhor à passagem pela atmosfera, devido aos painéis solares.
Sendo assim, deverá ter pedaços de 400 kgs a atingir a Terra (ou seja, pior que o UARS).
A probabilidade deste satélite atingir um ser humano é de 1 em 2.000 (mais provável que o UARS).
Este satélite deverá cair em Novembro de 2011.








Mais uma missão e desta vez será à Lua de Marte... É já em Novembro que terá início.





Daqui a pouco mais de 3 semanas, a Rússia planeia lançar uma arrojada missão a Marte cujo objectivo, se bem-sucedido, é aterrar na lua de Marte, Phobos, e enviar de volta à Terra uma amostra de rochas cerca de três anos depois.


O seu propósito é determinar a origem e evolução de Phobos e como se relaciona com Marte e com a evolução do Sistema Solar. O lançamento da sonda Phobos-Grunt irá terminar uma lacuna com quase duas décadas na exploração russa do Planeta Vermelho, seguindo-se à missão falhada a Marte em 1996 e tem actualmente lançamento previsto para poucas semanas antes de outra missão a Marte - nomeadamente o próximo rover da NASA, o Curiosity.


O lançamento da Phobos-Grunt poderá acontecer entre 5 e 8 de Novembro, a bordo de um foguetão russo Zenit 3-F a partir do Cosmódromo de Baikonur no Cazaquistão. A janela de lançamento prolonga-se até por volta de 25 de Novembro. Os componentes da sonda estão a ser submetidos a testes de pré-lançamento em Baikonur.


Baikonur é o mesmo local a partir do qual os foguetões tripulados Soyuz levantam voo até à Estação Espacial Internacional. Tal como o rover Curiosity da NASA, a missão estava originalmente planeada para 2009, mas foi prudentemente atrasada devido a um número de problemas técnicos. 


A sonda irá alcançar a vizinhança de Marte após uma viagem interplanetária de 11 meses, por volta de Outubro de 2012. Seguindo-se a vários meses de investigações científicas orbitais de Marte e das suas duas luas, e estudando um local de aterragem seguro, a Phobos-Grunt tentará a primeira aterragem em Phobos da Humanidade. Estudará detalhadamente a superfície da pequena lua e recolherá até 200 gramas de solo e rochas com um braço robótico.


Após cerca de um ano de operações científicas, o veículo de regresso, já carregado, levantará voo de Phobos e chegará à Terra em meados de Agosto de 2014. Estas serão as primeiras amostras macroscópicas enviadas a partir de outro corpo do Sistema Solar desde a russa Luna 24 em 1976. "A viagem de volta irá demorar entre 9 e 11 meses. A cápsula entrará então na atmosfera a uma velocidade de 12 km/s. Não tem paraquedas nem comunicação de rádio e irá diminuir de velocidade graças à sua forma cónica," afirma Maksim Martynov, líder do projecto. Ele acrescentou que existem dois manipuladores de recolha de solo na sonda devido às incertezas nas características do solo de Phobos.


A Phobos-Grunt consiste de um estágio de viagem, de um "orbiter/lander", veículo de ascensão e veículo de regresso à Terra. A nave tem quase 12 toneladas e está equipada com uma sofisticada carga científica de 50 kg, em particular da Agência Espacial Francesa. Também acoplado está o microssatélite Yinghou-1, fornecido pela China. Com 110 kg, é a primeira sonda chinesa a viajar até Marte e irá estudar os campos magnéticos e gravíticos do Planeta Vermelho, bem como o ambiente superficial de órbita durante aproximadamente 1 ano.


"Será a primeira vez que tal estudo [em Marte] será feita simultaneamente por duas sondas. A pesquisa irá ajudar-nos a melhor compreender a erosão atmosférica de Marte," acrescentou o professor Lev Zelyony do Instituto de Pesquisa Espacial da Academica Russa de Ciências.





Asteróide vai passar perto da Terra



Cientistas classificaram como "potencialmente perigoso" um asteróide com 400 metros de diâmetro que vai passar próximo da Terra no início de Novembro


Um asteróide vai passar próximo do planeta Terra no dia 8 de Novembro, segundo as previsões iniciais de investigadores da Nasa, a agência espacial norte-americana. Este "fenómeno" não estava previsto acontecer nas próximas décadas.
"A aproximação à Terra do asteróide 2005 YU55 é invulgar pela curta distância e pelo seu tamanho. Ninguém esperava que um objecto deste tamanho passasse tão próximo da Terra em 30 anos", referiu um investigador da Nasa.
O corpo celeste foi classificado de "potencialmente perigoso", devido à sua trajectória e dimensão. A definição é do Centro Planetário de Cambridge, em Massachusetts, Estados Unidos, avançou o site "space.com".
A rocha deverá passar a 0,85 distância lunar, isto é, a cerca de 200 mil quilómetros da Terra, quase metade dos cerca de 384 mil quilómetros que separam a Terra da Lua.
Para os cientistas, a notícia é encarada como uma oportunidade única. "A passagem do asteróide vai fornecer uma resolução de imagem comparável ou até melhor do que a de uma missão de uma nave espacial", disse Lance Benner, investigador da Nasa.



A agência espacial norte-americana NASA divulgou hoje, dia 9 de Novembro, o primeiro vídeo do asteróide YU55 a aproximar-se da Terra. Tratam-se das primeiras imagens do objeto que passou pelo nosso planeta a uma distância menor do que a da Lua.



O asteróide YU55 cruzou-se com a Terra na passada quarta-feira a apenas 325 mil quilómetros do nosso planeta, uma distância que não representa qualquer perigo mas que o deixou mais próximo do que o nosso satélite natural. 
O corpo celeste mede cerca de 400 metros de diâmetro e a sua aproximação foi visível da costa Leste dos Estados Unidos.
O vídeo da NASA foi resulta da composição de seis fotografias tiradas pelo Radar Goldstone Solar System na segunda-feira, enquanto o YU55 se aproximava da Terra. Na altura estava a 1,38 milhões de quilómetros, como explica a introdução da gravação. Para a gravação ser mais perceptível, as imagens repetem-se cinco vezes.

Deixou-te como sugestão que o visualizes no link 
http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=2110814


Vovó-yager muda de motores para durar mais 10 anos


A sonda espacial Voyager 2 recebeu e obedeceu à ordem para passar a operar com seu conjunto de propulsores de backup.
As sondas Voyager 1 e Voyager 2 são equipadas com seis pares de propulsores - três primários e três de backup - para controlar os seus movimentos e seu posicionamento .
A mudança permitirá que a sonda de 34 anos de idade reduza a quantidade de energia que consome, até agora gasta para manter operacionais os propulsores anteriormente não utilizados.
A mudança permitirá o desligamento do aquecedor que mantém quente o duto de combustível para o propulsor primário.
Isto vai poupar cerca de 12 watts de potênciaA redução no consumo de energia vai permitir que a sonda continue a operar por mais uma década.
Este comando foi enviado no último dia 4 de Novembro. A confirmação deste comando e do seu resultado chegou esta segunda-feira, dia 15.
A Voyager 2 encontra-se a cerca de 14 bilhões de quilómetros da Terra, numa região conhecida como heliosheath, a camada mais externa da heliosfera.
Vovó-yager muda de motores para durar mais 10 anos





MSL "Curiosity" a caminho de Marte


A ULA (United Launch Alliance) levou a cabo o lançamento do Mars Science Laboratory, um rover baptizado de ‘Curiosity’, que irá ajudar a desvendar os segredos de Marte. O lançamento teve lugar às 1502:00,237UTC do dia 26 de Novembro de 2011 e foi levado a cabo pelo foguetão Atlas-V/541 (AV-028) desde o Complexo de Lançamento SLC-41 do Cabo Canaveral, Florida.

    


A separação entre o Curiosity e o estágio Centaur ocorreu às 1546UTC.

O objectivo da missão é o de determinar se a área da cratera Gale tem alguma evidência de ambientes habitáveis passados ou actuais. Estes estudos serão parte de um exame mais alargado dos processos passados e actuais na atmosfera de Marte e na sua superfície. As pesquisas irão utilizar 10 instrumentos transportados pelo rover e que irá suportar a sua utilização ao proporcionar a mobilidade, capacidades de aquisição de amostras,fornecimento de energia e comunicações.
A massa total no lançamento foi de 3.893 kg, dos quais 899 kg correspondem ao Curiosity, 2.401 kg correspondem ao sistema de entrada, descida e aterragem (escudo aerodinâmico e estágio de descida abastecido), e 539 kg correspondem ao estágio de cruzeiro abastecido.
O Curiosity transporta uma variada carga científica num total de 10 instrumentos (70 kg), sendo o Alpha Particle X-ray Spectrometer, a Chemistry and Camera, a Chemistry and Mineralogy, o Dynamic Albedo of Neutrons, o Mars Descent Imager, o Mars Hand Lens Imager, a Mast Camera, o Radiation Assessment Detector, a Rover Environmental Monitoring Station, e o Sample Analysis at Mars.
Para o fornecimento de energia o Curiosity transporta um gerador termonuclear de radio-isótopos e baterias de iões de lítio.
Se tudo correr bem o Curiosity irá atingir o planeta vermelho entre as 0500UTC e as 0530UTC do dia 6 de Agosto de 2012, descendo a 4,5º latitude Sul e 137,4º longitude Este no interior da cratera Gale. A sua missão primária terá uma duração de 98 semanas (um ano marciano).

E para os mais curiosos fica como sugestão o visionamento dos seguintes vídeos:





NASA confirma novo planeta "habitável" fora do Sistema Solar


NASA confirmou hoje a existência de um planeta na zona orbital habitável do sistema planetário Kepler 22, a 600 anos-luz da Terra, no qual poderá haver condições para a formação de água em estado líquido.


Com esta descoberta, sobe para três o número de planetas fora do Sistema  Solar em zona orbital habitável. 
Segundo as agências internacionais de notícias, é a primeira vez que  a agência espacial norte-americana confirma a existência de um planeta numa  zona orbital habitável fora do Sistema Solar. 
A zona orbital habitável é a região perto de uma estrela que tem as  temperaturas adequadas para que exista água líquida, principal componente  da vida no 'planeta azul'. 
O novo planeta, Kepler 22-b, detetado pela sonda com o mesmo nome, é  maior do que a Terra, mas desconhece-se ainda a sua composição. 
Para os cientistas, no entanto, está cada vez mais próxima a descoberta  de um planeta parecido com a Terra. O Kepler 22-b orbita em 290 dias uma  estrela semelhante ao Sol, ainda que mais pequena e fria.  Lançada em março de 2009, a sonda Kepler tem por missão procurar planetas-irmãos  da Terra suscetíveis de ter vida, observando mais de cem mil estrelas parecidas  com o Sol. 
Durante dois anos foram identificados 2.326 candidatos a planetas, dos  quais 207 com um tamanho aproximado da Terra e 680 com dimensões maiores.
Em maio, o Centro francês de Investigação Científica anunciou que um  dos planetas que orbita a estrela-anã Gliese 581 poderá revelar-se 'habitável',  com um clima propício à presença de água líquida e de vida. 
Já em agosto, astrónomos suíços confirmaram a existência de um outro  exoplaneta (planeta fora do Sistema Solar) em zona orbital habitável, o  HD 85512b.





Um grupo de cientistas utilizou os observatórios Gemini (Hawaii), Keck (Hawaii), e McDonald (Texas – é o observatório da minha Universidade) para medirem a velocidade de estrelas em duas galáxias, NGC 3842 e NGC 4889, que se encontram a cerca de 320 milhões de anos-luz e 335 milhões de anos-luz de distância da Terra, respectivamente.
Até agora, o buraco negro mais massivo que se conhecia pertence à galáxia M87, com uma massa equivalente a 6,3 mil milhões de vezes superior à massa do Sol.

Agora, esta investigação revelou que a galáxia NGC 3842 tem um buraco negro 9,7 mil milhões de vezes superior à massa solar, e a galáxia NGC 4889 tem um buraco negro com uma massa igual ou ainda superior.

Estes buracos negros também são gigantescos: ambos têm o horizonte de eventos a uma distância maior que 5 vezes a distância do Sol a Plutão!



Uma verdadeira "chuva de estrelas"...


chuva de meteoros Gemínidas, a mais potente do ano, vai alcançar esta madrugada a sua máxima atividade, podendo ser avistada até à próxima sexta-feira a partir de quase todos os lugares da Terra.
A chuva de estrelas baseia-se naquilo a que chamamos estrelas cadentes e que são restos deixados pelos cometas na sua órbita em volta do Sol em locais que a Terra atravessa periodicamente.
Mas o espetáculo desta semana  é diferente, por as partículas espaciais não serem restos de um cometa, mas de um estranho objeto rochoso designado 3200 Faetón, que liberta escombros empoeirados, as chamadas Gemínidas.
A Agência Espacial norte-americana (NASA) disponibilizou um link aos internautas que estiverem interessados em assistir esta noite em direto à "chuva de estrelas", pela página "Up All Night with NASA".
A lua dificultará a observação da "chuva de estrelas", mas se o céu estiver limpo prevê-se que possam ser observadas cerca de 40 Gemínidas por hora.
Chuva de Estrelas
Para quem não teve oportunidade de ver deixo um pequeno vídeo onde poderás ver a"última chuva de estrelas de 2011"...



2012 começa com chuva de meteoros...


Madrugada de quarta-feira será o pico da chuva de meteoros Quadrantids, o primeiro espetáculo de estrelas cadentes do novo ano.

Visível apenas no Hemisfério Norte, a chuva de meteoros Quadrantids vai atingir o seu expoente na madrugada do dia 4 de janeiro. Segundo a Nasa , estima-se a visualização de um máximo de 100 estrelas cadentes por hora, caso as condições atmosféricas o permitam. 

Ao contrário de chuvas de meteoros famosas como as Perseidas ou as Gemínidas, que duram vários dias, a queda de Quadrantids durará apenas algumas horas antes do nascer do sol de quarta-feira.

Os meteoros Quadrantids são fragmentos do asteroide 2003 EH1 e foram avistados pela primeira vez em 1825. O seu nome deriva da constelação Quadrans Muralis, considerada extinta pelos astrónomos, de cuja direção estes detritos parecem ser originários. 

Apesar da sua curta duração, esta chuva de meteoros, que se irão vaporizar ao entrar na atmosfera terrestre, será uma boa oportunidade para todos aqueles que apreciam a observação do espaço se deleitarem com o primeiro espetáculo de estrelas cadentes de 2012.

Chuva de meteoros Quadrantids é um fenómeno anual que ocorre no início de janeiro 



Branca como a neve: os astrónomos identificaram a cor da Via Láctea


Branca, como as neves da Primavera que acabam de cair, quando bate a luz da primeira hora da manhã ou da última hora do dia. É assim que os astrónomos que identificaram as verdadeiras cores da Via Láctea a descrevem.

A Via Láctea vista a partir da Terra

Olhar para um objecto quando se faz parte desse objecto é um exercício que apresenta uma série de dificuldades. Quando se quer identificar as cores da galáxia onde se vive, a barreira é enorme. 


“Não só estamos a olhar para a Via Láctea a partir de dentro, mas a nossa visão é bloqueada pelo pó. Só podemos ver cerca de dois milhares de anos-luz em qualquer direcção”, explicou Jeffrey Newman, durante uma apresentação feita durante o 219ª encontro da Sociedade Americana de Astronomia, citado pela BBC News.



Há galáxias de várias cores. Algumas têm cores azuis, indicando que existem milhões de estrelas a formarem-se neste instante. Outras são vermelhas, e estão envelhecidas, sem estrelas a nascer. 



“Para os astrónomos, um dos parâmetros mais importantes é a cor de uma galáxia”, disse Newman à BBC News. “Isso diz-nos basicamente a idade das estrelas da galáxia e até quando é que a galáxia esteve a formar novas estrelas – ainda estão a ser produzidas agora ou nasceram há milhares de milhões de anos?” 



Para conseguir identificar a cor da Via Láctea, Jeffrey Newman e o seu estudante Timothy Licquia utilizaram os dados obtidos no projecto Sloan Digital Sky Survey (SDSS). O SDSS rastreou milhões de galáxias com a ajuda do telescópio do observatório Apache Point, instalado no Novo México, EUA.



Com esta informação, analisaram a propriedade de milhões de galáxias e identificaram as que tinham semelhanças com a Via Láctea em relação ao número de estrelas e ao rácio com que novas estrelas estão a ser formadas. O resultado ofereceu um retrato que valida o nome Via Láctea. 



“A melhor descrição que posso dar [da cor da Via Láctea] é se olharmos para a neve acabada de cair na Primavera, que tem grãos finos, cerca de uma hora depois do amanhecer ou uma hora antes de o anoitecer, iria ver-se o mesmo espectro de luz que um astrónomo alienígena de outra galáxia veria, se olhasse para a Via Láctea”, explicou Newman à BBC News. 

E em termos astronómicos, que significado tem uma galáxia já ter uma cor parecida com o leite? É uma galáxia que ainda produz estrelas mas está “a terminar esse processo”, explicou o cientista. “Daqui a uns milhares de milhões de anos irá ser um local aborrecido, cheio de estrelas de meia-idade a usar o seu combustível e a morrer, mas sem novas estrelas a serem formadas.”



A Via Láctea tem milhões de planetas com dois sóis



Planetas como o mítico “Tatooine”, imaginado no argumento da “Guerra das Estrelas”, cujos dias são iluminados por dois sóis, são mais comuns do que se poderia imaginar até agora. Depois de ter sido confirmado, em Setembro do ano passado, a descoberta do planeta Kepler-16b, os astrónomos apresentam agora outros sistemas semelhantes, sugerindo que a realidade inventada por George Lucas, não só existe, como existem milhões na Via Láctea.

A descoberta foi feita por uma equipa de astrónomos da Universidade da Florida, EUA. São os planetas circumbinários Kepler 34b e o Kepler 35b, que se movem em torno de um sistema binário de sóis. "É um tipo de sistemas que até setembro, com a descoberta do Kepler-16b, eram apenas uma teoria que agora se e verifica e que era difícil detectá-los por razões técnicas", diz Eric B. Ford, um dos autores do artigo publicado na revista científica Nature. "O Klepler demonstrou que na galáxia existem milhões de planetas como este", acrescenta.

Nenhum dos que foram até agora encontrados são habitáveis porque são compostos, principalmente por hidrogénio e a sua temperatura é muito elevada. São gigantes gasosos, semelhantes a Júpiter, mas com menos massa. O Kepler-34 é 24% menor e o seu ano dura 289 dias. O Kepler-35 é 26% menor e tem um ano de apenas 131 dias. Por sua vez, as estrelas se orbitam uma na outra.

O astrónomo espanhol Rafael Bachiller, director do Observatório Astronómico Nacional, observa que "o efeito combinado das duas estrelas sobre a temperatura destes planetas pode ser muito complexo." "Dependendo da situação relativa (alteração) do planeta para as estrelas, os níveis de radiação podem ser altamente variáveis. Esta é uma característica que não existe em planetas com um único sol e que pode ter implicações para a possível origem e desenvolvimento da vida.

A maioria das estrelas como o Sol da Via Láctea não estão sozinha, como no nosso caso, mas têm um “parceiro de dança”, formando sistemas binários. O Kepler já identificou pelo menos 2.165 de sistemas deste tipo nas 160.000 estrelas observadas.

Embora a NASA tivesse planeado deixar de receber dados do telescópio em Novembro deste ano, agora está a considerar prolongar o prazo até 2016, dado o número de descobertas que já protagonizou desde que foi posto em órbita, em 2009.


Sonda espacial que ia até Marte deve cair na Terra no domingo


O destino era Phobos, uma das duas luas de Marte. Um problema durante o lançamento não deixou que a sonda russa chegasse ao destino. No próximo domingo, a sonda deverá cair na Terra.





O local da queda da sonda russa ainda não é exato, sendo que pode ser em qualquer sítio que fique nas latitudes entre a cidade de Londres e a Argentina.

"A janela de queda dos detritos da Phobos-Grunt na Terra está prevista entre 15 e 16 de janeiro, com um ponto médio às 12h16 (GMT, hora de Lisboa) de 15 de janeiro. A região de queda possível fica entre os 51,4 graus norte e os 51,4 graus sul", adiantou a Agência Espacial Russa (Roskosmos), em declarações dadas esta quinta-feira.

A hipótese mais provável é a da queda na maior superfície terrestre, o oceano. Para a Roskosmos, a região do oceano Índico perto de Madagáscar é um local possível para a queda dos detritos.

A sonda russa, lançada a 9 de novembro, tinha como objetivo recolher amostras de solo. A missão falhou logo no início quando, no lançamento, a nave ficou presa à órbita. Desde então tem vindo a aproximar-se da Terra.

A sonda pesa 14,6 toneladas, sendo que a maioria do peso é do combustível, que queimará ao entrar na atmosfera terrestre. Segundo as previsões, 30 pedaços da nave, que pesam ao todo 200 quilos, vão resistir à queda. O Governo russo investiu 128 milhões de euros.







Sonda russa cairá perto do litoral do Chile




Os fragmentos da sonda russa Phobos-Grunt, que por uma falha ainda não esclarecida ficou na órbita terrestre ao invés de seguir para Marte, cairão neste domingo no Oceano Pacífico perto do litoral do Chile, informou neste sábado a Roscosmos, a agência espacial russa. 

Na sexta-feira, Roscosmos previa a queda dos fragmentos da estação no Oceano Atlântico e dias antes também cogitou o Oceano Índico. Pelos dados deste sábado, o equipamento está em órbita a uma altura máxima de 174,2 quilómetros e mínima de 149,7 quilómetros. 

"Uma equipa operacional acompanha constantemente a descida do aparelho", indicou a agência espacial russa. Anteriormente, a agência aeroespacial russa Roscosmos havia informado que o peso total dos 20 a 30 fragmentos da Phobos-Grunt que chocarão contra a Terra chegaria a 200 quilos. 

Lançada em 9 de novembro, a Phobos-Grunt devia completar uma missão de 34 meses que incluía o voo a Phobos, uma das duas luas de Marte, a descida até a superfície e, finalmente, o retorno à Terra de uma cápsula com mostras do solo do satélite marciano. 







Roscosmos cancela previsão de queda dos fragmentos da sonda Fobos-Grunt

MOSCOU — A agência espacial russa Roscosmos cancelou neste domingo todas suas previsões sobre o local onde deveriam cair os fragmentos da sonda Fobos-Grunt, que fracassou em sua tentativa de chegar a Marte.
No seu site, a Roscosmos anunciou que a sonda espacial de 13,5 toneladas provavelmente cairia em Terra entre as 14H36 GMT e as 22H24 GMT  deste domingo.
Mas cancelou suas previsões de sábado sobre uma possível queda dos fragmentos no Oceano Pacífico frente ao litoral do Chile. Duas previsões anteriores situavam a zona de queda no Oceano Índico ou no Oceano Atlântico, frente ao litoral da Argentina.
"O grupo de apoio das operações acompanha permanentemente a queda da Fobos-Grunt de sua órbita", acrescentou a Roscosmos.
Segundo a agência, apenas 20 a 30 fragmentos, de não mais de 200 kg, deverão atravessar a atmosfera sem consumir-se na sua totalidade e cair na terra.
A sonda espacial, cujo custo foi de 165 milhões de dólares e foi colocada em órbita em 9 de novembro, será um dos maiores objetos a atravessar a atmosfera desde a volta da estação espacial Mir em 2001.
A Fobos-Grunt, que devia dirigir-se a um satélite de Marte (Fobos) para trazer algumas amostras, fracassou na sua tentativa de superar a atração terrestre, e desde então a sua órbita cai lentamente.
O ano de 2011 foi um dos piores para o setor espacial russo. O último fracasso em seus projetos foi em 23 de dezembro, quando um satélite de comunicações militares e civis caiu na Sibéria devido a um defeito do foguete Soyuz que o leva a sua órbita.

 

 





Kepler detecta 11 sistemas estelares e 26 planetas


O número de exo-planetas planetas confirmados cresce a cada mês. Desta vez, foi o telescópio espacial Kepler, da Agência Espacial Norte Americana (NASA), a descobri-los: 11 sistemas estelares, 26 planetas confirmados. 

Antes da missão de Kepler, eram conhecidos cerca de500 exoplanetas, mas em apenas dois anos a olhar para o céu que, o Kepler descobriu mais de 60 planetas e mais de 2300 candidatos a planetas. Isto indica que a nossa galáxia está cheia de planetas de todos os tamanhos e órbitas.

O telescópio Kepler detecta os planetas através do método dos trânsitos. Cada vez que um planeta passa à frente da sua estrela mãe, lança uma pequena sombra que chega até à Terra e é detectada pelas lentes do Kepler. O telescópio analisa continuamente a diminuição da luz, causada por estes trânsitos, de 150.000 estrelas, numa pequena porção do Universo.

Os cientistas utilizam meios para confirmar a existência destes trânsitos e dos planetas. Um deles é as forças de gravidade que se estabelecem entre os planetas que giram em torno da mesma estrela. Por estarem próximos, a gravidade de um planeta faz acelerar e desacelerar a velocidade dos outros planetas ao longo das órbitas. O Kepler detecta estas alterações de velocidades. 

Os 26 planetas agora descobertos dividem-se entre 11 estrelas, com sistemas estelares com dois planetas até um sistema estelar com cinco planetas, o Kepler-33. O tamanho dos planetas varia entre 1,5 vezes o tamanho da Terra até um planeta maior do que Júpiter. Quinze têm o tamanho entre a Terra e Neptuno. Os planetas orbitam a sua estrela mãe em translações que demoram entre seis e 143 dias, todos estão mais perto do que Vénus está do Sol.

A Kepler-33, uma estrela mais velha e com mais massa do que o Sol tem os cinco planetas a girar mais próximos do que Mercúrio do Sol, cada um deles com um tamanho entre 1,5 e cinco vezes o da Terra.

Os planetas dos novos sistemas estelares podem ser vistos abaixo, numa animação feita pela NASA.



Sondas da NASA revelam o primeiro vídeo do lado oculto da Lua


Uma das duas sondas "gémeas" que estão na órbita da Lua desde o final do ano passado enviou para a Terra o primeiro vídeo do lado oculto lunar, informou  a agência espacial norte-americana (NASA).

Imagem do Pólo Sul do lado oculto da Lua

As imagens têm 30 segundos e foram captadadas a 19 de Janeiro pela sonda Ebb, uma das duas sondas GRAIL (Gravity Recovery And Interior Laboratory), lançadas a 10 de Setembro de 2011 de Cabo Canaveral, na Florida, para ajudarem a produzir o mapa mais detalhado de sempre do campo gravitacional da Lua.

No vídeo, captado pela câmara MoonKAM, é visível o lado oculto da Lua, de Pólo a Pólo; o pólo Norte é visível no topo da imagem, à medida que a sonda se desloca em direcção ao Pólo Sul, passando por várias crateras – como a cratera Drygalski, com 149 quilómetros e uma forma de estrela ao centro – e por uma superfície acidentada, marcada pelas inúmeras colisões de cometas e asteróides. 

As imagens são raras porque a parte da Lua que está oculta a partir da Terra é sempre a mesma. Apesar de a Lua ter um movimento de rotação, ou seja, roda sobre o seu próprio eixo, este movimento demora tanto como o tempo do satélite a dar uma volta em torno da Terra. Como consequência, a Lua mostra sempre a mesma face e esconde sempre a mesma metade.

A câmara MoonKAM faz parte de um projecto educativo para promover o interesse dos alunos norte-americanos pela ciência. “A qualidade do vídeo é excelente e deverá incentivar os alunos a prepararem-se para explorar a Lua”, disse a principal investigadora do Instituto Massachusetts de Tecnologia, em Cambridge.

As duas sondas, chamadas Ebb e Flow, deverão baixar as suas órbitas até uma altitude de 55 quilómetros em relação à Lua. Durante a sua missão, ambas deverão “responder a questões de há muito tempo sobre a Lua e permitir aos cientistas saberem mais sobre a formação da Terra e de outros planetas do sistema solar”, segundo um comunicado da NASA.






Descoberto um quarto exoplaneta potencialmente habitável

Uma equipa internacional de astrónomos anunciou esta quinta-feira a descoberta de um novo exoplaneta potencialmente habitável, elevando para quatro o número de planetas situados fora do nosso sistema solar detectados pela comunidade científica.

 

«Este planeta rochoso é o novo e melhor candidato para manter água em estado líquido na sua superfície e pode abrigar vida tal qual nós a conhecemos», explicou Guillem Anglada-Escudé, chefe da equipa que trabalha na Carnegie Institution for Science, em Washington.

Este planeta (GJ 667Cc) está em órbita em torno de uma estrela baptizada de GJ 667C, situada a cerca de 22 anos-luz da Terra (um ano-luz equivale a 9.460 mil milhões de km).

Ele contorna a sua estrela em 28 dias e tem uma massa mínima de 4,5 vezes a da Terra. É também cerca de 50% mais pesado que o nosso planeta.

O planeta encontra-se a uma distância da sua estrela numa «zona habitável», onde as temperaturas não são nem muito quentes nem muito frias, permitindo que a água permaneça em estado líquido.

Os cientistas também descobriram indícios que levam a crer que pelo menos um outro exoplaneta, talvez até três, estão em órbita na mesma estrela.

Esta estrela faz parte de um sistema estelar que possuí três estrelas.

Esta descoberta prova que planetas potencialmente habitáveis podem formar-se numa maior variedade de ambientes que acreditávamos, notaram os autores desta descoberta que deve ser publicada nas Cartas do Jornal de Astrofísica.

Os astrónomos utilizaram dados públicos do Observatório Europeu Austral (ESO) no Chile, que analisaram de acordo com um novo método.

Eles incorporaram medidas efectuadas com os telescópios do Observatório Keck no Havai.




UE gasta 310 milhões de euros e garante GPS europeu em 2014

A Comissão Europeia assinou hoje, em Londres, mais três contratos para satélites e lançadores que, segundo o Executivo comunitário, irão assegurar a entrada em funcionamento do Galileu, o sistema de geolocalização europeu, que constitui uma alternativa ao GPS (norte-americano).


Oito satélites, a possibilidade de reservar três lançamentos através do Ariane 5 e a colocação em órbita de quatro satélites Galileu por lançamento, são os objetos dos negócios celebrados com a alemã OHB System AG e as francesas Arianespace e Astrium SAS.

Os compromissos assumidos representam um investimento no valor de 310 milhões de euros, informou a Comissão, num comunicado à imprensa. 

Do montante, 250 milhões serão destinados à aquisição dos oito satélites alemães. Os restantes (de 30 milhões cada) a assegurar os lançamentos pelo Ariane 5 e colocação em órbitra de quatro satélites por lançamento. Ate à data, os satélites do programa Galileu são lançados dois a dois, a bordo do foguetão russo Soyouz.

A Comissão explica que "graças à proposta altamente competitiva do contratante e ao aumento do número de satélites que serão colocados em órbita até 2014", conseguiu acelerar o processo.

"Para o sistema Galileu, a assinatura de hoje significa que a aplicação concreta do programa está a cumprir o calendário previsto e o orçamento disponível. Estou orgulhoso por termos conseguido acelerar a disponibilização dos satélites e dos lançadores", afirma o Vice-presidente da Comissão Europeia e Comissário responsável pela Indústria e Empreendedorismo.

"Tal significa que os europeus poderão explorar as potencialidades de um sistema Galileo de navegação por satélite melhorado a partir de 2014. Estou também orgulhoso por verificar que a Europa possui uma indústria espacial altamente competitiva, capaz de levar a cabo este ambicioso programa de alta tecnologia", acrescentou, Antonio Tajani, citado na nota aos meios.

O sistema de navegação Galileu permitirá aos utilizadores obter dados sobre a sua localização exata no tempo e no espaço, como acontece com o GPS, "mas com maior precisão e fiabilidade", advoga a Comissão Europeia.

De acordo com o Executivo, o novo sistema europeu será compatível e, no caso de alguns serviços, interoperável com o sistema americano GPS e com o Glonass russo, mas independente destes.

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